segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Cartaz

Um amigo enviou-nos este programa relativo a um congresso promovido pelo Apostolado da Oração e que decorreu em Braga (clique sobre ele para o ver em tamanho maior). Ao fundo ocorre o nome o Pe. Mariano Pinho. Não possuímos cartazes dos outros dias.

Procurando nas cartas da Beata Alexandrina, verifica-se que a data do congresso corresponde a um período em que a sua doença era tal que ela não conseguia escrever ao Director. A Deolinda escreveu-lhe no dia 25 e por sinal mencionou o dia 21.

Balasar, 25 de Junho de 1936

Viva Jesus!
         Senhor P. Pinho      
    Resolvi escrever-lhe de novo, para contar a V. Revª como tem passado a Alexandrina. Pensava que V. Rev., a estas horas, já saberia alguma coisa pela D. Sãozinha, que tencionava ir a Braga no dia vinte e um. Mas, como o tempo não permitiu, ela não foi e eis a razão porque resolvi escrever esta carta a contar o pouco que sei da Alexandrina.
         Ela continua a passar muito mal, constantemente com aquelas tremuras, que lhe dão principalmente de dia. Às vezes aflige-se tanto que passa bocados de tempo sem poder falar nada, só por sinais é que sabemos o que ela quer.
         No domingo à tarde, deram-lhe tremuras tão fortes e por tanto tempo, ela estava tão doente, tão doente que dizia assim:
― Agora é bem verdade que me parece que não posso mais.
         Mas, dali a bocadinho, ouvi-a dizer baixinho:
― Ó meu Jesus, perdoai-me os meus queixumes! Com o vosso auxílio prometo não os tornar a fazer.
         As aflições da alma continuam. A Alexandrina diz que é tão pobrezinha que não tem nada, que está de mãos vazias para aparecer diante de Nosso Senhor. Dantes parecia-lhe que tudo o que fazia e rezava logo desaparecia e que ela ficava sem nada. Agora diz que ao pensar em fazer as coisas, mesmo sem ainda as ter feito, que já tudo tem desaparecido.
         Os assaltos do demónio continuam furiosos. Há dias pareceu senti-lo de um lado para o outro dela e, dando risadas muito finas, dizia-lhe:
— Isto é que me consola e é que eu acho lindo. Contigo já não preciso de me afligir: estás por minha conta. Estás abandonada por Deus e pelos teus dirigentes, os quais já quase se não importam de ti. São uns impostores. Não fizeram melhor cena do que tu por te acreditarem. Eu é que te falava verdade. Sou a verdade que se não engana. Eles andam a dizer os teus pecados, a fazer pouco de ti.
         E outras coisas semelhantes a estas.
         Adeus até não sei quando. Não sei quando poderei voltar a escrever. Há vinte e quatro horas que principiei esta carta e vi riscos de a não acabar a tempo de ir hoje no correio. A Alexandrina pede que a abençoe e que, por caridade, peça muito a Jesus por ela. Muitas lembranças de minha mãe e da D. Sãozinha.
         Por caridade, abençoe-me e não esqueça junto de Jesus a pobre
         Deolinda

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