sábado, 16 de agosto de 2014

Devoção a Nossa Senhora de Fátima em Balasar


Em Junho de 1934, o Pe. Leopoldino Mateus benzeu uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, oferecida pela célebre Mariazinha Machado, filha de Joaquim Machado. Pela Autobiografia da Alexandrina, sabemos que em Balasar a devoção a Nossa Senhora de Fátima já vinha de há muitos anos. A a nova imagem, que uma procissão trouxe de Gresufes para igreja, significava um largo passo em frente. Transcreve-se a notícia d’A Propaganda saída com data do dia 16:

Aproveitando a oferta da nova imagem, feita pela Sr. D. Maria Mendonça Machado, virtuosa filha do nosso amigo Sr. Joaquim António Machado, proprietário desta freguesia, o nosso pároco, Rev. Leopoldino Rodrigues Mateus, iniciou o culto de Nossa Senhora de Fátima, de um modo solene e eficaz.
No dia 12 à noite, saiu da casa da oferente (Gresufes) uma grandiosa procissão de velas em que tomaram parte cerca de 1000 pessoas, empunhando lanternas com a figura da Senhora e os pastorinhos da Cova de Iria, adquiridas na Póvoa. A maior parte do cortejo era constituído pelos homens que sem respeito humano cantavam com entusiasmo os versos de Fátima. Seguiam-se os Cruzados Eucarísticos, andor da Virgem e as mulheres e crianças atrás, todos rezando e cantando. As casas da passagem da procissão conservaram-se iluminadas, o que na noite escura e serena produzia um lindo efeito.
À entrada da igreja o nosso zeloso pároco, junto do andor da Senhora, proferiu uma alocução preconizando a necessidade da hora presente em que os católicos de credo e mandamentos se deviam integrar na acção social sob a bênção da Padroeira de Portugal.
No dia 13, houve de manhã missa solene em que comungaram 300 pessoas e à tarde exercício do mês de Maria e procissão do Terço, que também foi largamente concorrido pelo povo da freguesia e das vizinhas, notando-se o mesmo entusiasmo dos homens no canto. As ruas do trajecto estavam magnificentemente decoradas, apresentando lindos e artísticos tapetes de verdes e flores à moda da Póvoa.
Junto da igreja, o nosso Rev. Pároco proferiu uma bela alocução referindo-se ao património de Nossa Senhora que, olhando com benignidade e amor para o velho Portugal, com justa razão denominado Terra de Santa Maria, dignou-se visitá-la por ocasião da grande conflagração europeia, incitando-o à oração e penitência, para conservar a sua autonomia, naquele momento tão em perigo. É dever do povo português corresponder a esta ternura de Maria com uma vida de dedicação e sacrifício pela causa de Deus; por isso, o culto da Senhora de Fátima ia-se alastrando em todo o país para honra de Deus, glória da Virgem e santificação do povo cristão.

Tanto na véspera como no dia, ao recolher da nova e linda imagem, feita na Casa Fânzeres & C.ª, de Braga, houve uma grande manifestação do povo a Nossa Senhora, dando-Lhe palmas, vivas e acenando com lenços. Foi uma festa que deixou saudades não só ao povo da freguesia como ao povo das freguesias vizinhas e às famílias da Póvoa que vieram assistir. 

Temos algumas dúvidas se a inauguração decorreu em Junho se em Maio, que é o mês de Maria.

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