quarta-feira, 30 de abril de 2014

Um sacerdote hospitaleiro no funeral da Alexandrina

Possuímos uma cópia encadernada do Boletim de Graças de antes da Beatificação; é de um número dele sem data que vamos transcrever parte dum artigo do Pe. J. Gameiro, saído no jornal Hospitalidade, dos Irmãos Hospitaleiros de São João de Deus de Barcelos. Este sacerdote tinha visitado em vida a Alexandrina e ela merecia-lhe a maior estima. Passemos às suas palavras:
No dia 15 de Outubro li no jornal que no dia 13 falecera em Balasar a célebre Doentinha e que o seu funeral se ia realizar nesse mesmo dia.
Senti desejo de ir, porém, em vez de procurar qualquer condução, entrei no meu gabinete de trabalho, do noviciado, ajoelhei-me e disse:
- Ó Alexandrina, se quiser que vá assistir ao seu funeral, alcance-me transporte.
Estava ainda de joelhos quando ouvi a campainha do noviciado tocar. Levantei-me, desci a escada, abri a porta e encontrei-me com o Rev. Irmão Elias de Almeida, que nessa altura era subdirector da Casa de Saúde, o qual me disse:
- Está lá fora um carro para o conduzir a Balasar.
Fiquei vivamente surpreendido e impressionado com tal coincidência; não pude guardar segredo. Ao chegar junto do automóvel, perguntei à sua proprietária, a Sra. D. Maria Bastos, que só conhecia de nome:
- Minha senhora, porque me fez este oferecimento?
Respondeu que, ao passar em frente da nossa casa, se lembrara que algum irmão quereria ir.
Fui. Nunca vi funeral assim: mais parecia um cortejo triunfal que um préstito fúnebre. Segundo os cálculos, estavam lá para cima de cinco mil pessoas, entre as quais uns 40 sacerdotes.
O povo comprimia-se dentro e fora da igreja paroquial: todos queriam ver e tocar com objectos piedosos aquele corpo franzino e angelical que tanto sofreu como instrumento da bela alma que nada mais ansiou do que dar almas a Deus e Deus às almas.

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