Desta
vez introduzimos subtítulos no extracto da página mensal que transcrevemos.
Copiámo-los do mesmo colóquio.
A
importância das duas primeiras transcrições não precisa de ser realçada, já das
finais deve-se evidenciar a sua actualidade, quando os crimes da carne foram
legalizados pelos estados como se de coisa normal se tratasse. Da última, há que
reter o facto de a Alexandrina ser afirmada como fonte de esperança para o
mundo, o que dá carácter de urgência à divulgação da sua mensagem.
Quando assim sofria, principiei a sentir
na minha alma um bater de asas: desceu do alto, baixou a mim. Com os olhos da
alma vi: era uma pomba cheia de alvura; fez do meu coração o seu ninho.
Levantava-se, batia as asas, subia ao alto, descia a esvoaçar à minha volta e
com o seu biquito dava-me vida e com o seu brilho dava-me luz. Voltava de novo
a descansar no seu ninho. Nestes momentos, embebi-me toda naquele brilho,
naquela luz, e a minha alma deixou de sofrer. E Jesus, o meu Jesus, principiou
a dizer-me:
- És cheia de graça, minha filha, porque
Jesus está contigo.
És cheia de luz, pureza e amor, porque a
ti desceu do Céu agora o Espírito Santo.
Já em ti habitava, mas agora como nunca
baixou a ti, deixou o seu trono de glória e veio ao meu trono, ao meu paraíso,
ao meu céu na terra. Veio ao ninho do teu coração.
Desceu a ti como outrora desceu sobre os
apóstolos. De hoje em diante, terás luz, toda a luz, para compreenderes e
conheceres a grandeza do Meu amor, o Meu poder, a Minha misericórdia e a
gravidade da ofensa feita ao meu Divino Coração.
És um livro de ciências, és o cofre onde
estão depositadas todas as ciências divinas, tudo o que pertence ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo.
Oh, maravilha, oh, prodígio sem igual!
A
tua vida é a vida de Cristo crucificado
- Ó meu Jesus, sim, quero conhecer a
grandeza do Vosso amor, quero conhecer tudo o que me dizeis, porque assim o
quereis. Mas ah, conhecer o pecado, a gravidade dele, tenho medo, meu Jesus,
tenho medo de Vos ofender!
- Não, minha filha, não.
És a minha esposa amada, quero-te pura,
pura, digna de Mim. É por isso que possuis as riquezas da Trindade Divina e as
riquezas de Maria. Conhecerás o pecado como ofensa feita a Mim, mas não na
gravidade e maldade das criaturas.
A tua vida é a vida de Cristo crucificado.
Há quase vinte séculos que passou no
mundo o Redentor e passa agora uma nova redentora escolhida por Ele. Agora,
sim, que o mundo precisa dela.
Não veio o Salvador com novo resgate,
mas escolheu a salvadora para a mesma obra continuar.
Tudo podes, tudo possuis, porque estou
contigo.
Tenho grande anseio de a tua vida ser
conhecida, mas não o pode ser sem grande dor, imolação e sacrifício.
A dor é para ti, a glória é para Mim, o
proveito é para as almas.
Chegou a hora: haja luz, faça-se luz! O
mundo necessita, o mundo tem fome da minha vida oculta em ti.
Depressa,
depressa, penitência, reparação para o pecado da carne!
Pede oração, reparação, emenda de vida.
Pede-a, pede-a, minha filha; não é feita sem ser pedida, não pode ser pedida
sem os meus divinos desejos serem conhecidos.
Depressa, depressa, penitência, reparação
para o pecado da carne!
A impureza é uma janela aberta que dá
entrada a todos os pecados mortais.
Ó mundo, ó
Portugal, vem depressa ao teu Deus, levanta-te do lodo, levanta-te dos teus
crimes!
Converta-se o mundo.
Ai dele, se rapidamente não se converte!
Ai dele, ai de Portugal! Ditosa pátria, terra privilegiada pela protecção da
Virgem e pela vítima que em si encerra as maravilhas e riquezas divinas sem
igual!
É teu o mundo, a ti o confiei, mas é
mais teu Portugal, porque és o cofre das riquezas divinas que a ele vim
colocar.
Ó mundo, ó Portugal, vem depressa ao teu
Deus, levanta-te do lodo, levanta-te dos teus crimes! Se assim não fizeres,
depressa chorarás e gemerás debaixo do peso da justiça divina.
As virtudes da
tua vida aqui na terra brilharão, cintilarão como estrelas no céu
Filhinha, minha esposa amada, o Céu
quer-te, anseia por ti, vem em breve buscar-te. E as virtudes da tua vida aqui
na terra brilharão, cintilarão como estrelas no céu; espalharão seu brilho ao
mundo inteiro, ao mundo que é teu.
Vens para o Céu, mas a tua bênção, o
orvalho fecundo do teu amor cairão sempre sobre a terra, enquanto ela existir.
Receberás tudo de Mim para tudo às almas dares. És de Jesus, vives de Jesus,
dás às almas o que é de Jesus.
- Obrigada, meu Jesus. Quero repetir a
cada momento da minha vida, dia e noite, sem cessar: sou a Vossa vítima, só a
Vós quero consolar, só às almas quero salvar.
No mesmo momento em que Jesus me deixou,
caí na minha dor; caí na noite e no meu doloroso martírio.
Tudo aceito porque quero consolar e amar
o meu Jesus.
Aceitai, Senhor, a minha desconsolação
por não saber falar de Vós, por não saber levar ao Vosso Divino Coração todas
as almas.
Sentimentos
da alma, 9 de Março de 1945
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