sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Marques de Abreu colaborador do Pe. Mariano Pinho, em 1929


“O ano de 1929 foi um ano fecundo e rico de bênçãos para a Cruzada Eucarística em Portugal: multiplicaram-se durante ele os centros, cresceu o número e a actividade dos Cruzados; as suas forças, que ainda há pouco eram apenas algumas energias dispersas, formam agora, ao findar-se o ano velho e ao surgir risonho o novo, um esquadrão de milhares de braços. A Deus em primeiro lugar as mais fervorosas acções de graças, que dele desça sobre a terra tudo quanto é bom”.
Estas palavras são do Pe. Mariano Pinho, no número do Mensageiro do Coração de Jesus de Janeiro de 1930 e dão bem conta do sobressalto que aconteceu nesta associação infantil ao longo do ano de 1929.

O Pe. Mariano Pinho utilizou repetidas vezes este quadro fotografado por Marques de Abreu. 

A partir de então, a Cruzada Eucarística das Crianças tem um dinamizador entusiasta que também é um excelente comunicador; tem um manual para orientar os zeladores; tem uniforme para os Cruzados; tem bandeira; tem emblemas, livros de registo dos inscritos; e anunciava-se uma revista para promover formação e divulgar informação. Tem um hino.
Os párocos entusiasmaram-se e sem dúvida também os pais.
Uma razão, sem dúvida secundária, deste sucesso foi a publicação de fotografias de grupos de Cruzados e outras. E não eram umas fotografias quaisquer pois tinham a assinatura de Marques de Abreu.
Este fotógrafo, cuja actividade devia estar centrada no Porto, colaborava desde há muito com o pároco e depois ex-pároco de Vila do Conde, o Mons. José Augusto Ferreira. Agora encontramo-lo a colaborar com o Pe. Mariano Pinho.
Grupo da CEC da Basílica do Sagrado Coração de Jesus, então com as obras paradas desde 1910.

As fotografias de 1929 são ora de estúdio ora de interiores de igreja ora de ar livre. O que são sempre é de qualidade. As primeiras dizem respeito aos grupos do Colégio do Sagrado Coração de Jesus, da Basílica do mesmo Sagrado Coração de Jesus, do Colégio poveiro de D. Bosco, do colégio vila-condense das Doroteias. Mas já surgem duas de mais longe, de Viana e do Porto.


À frente do Colégio do Sagrado Coração de Jesus estava a dinâmica Madre Sá, também regressada do exílio republicano. Os Jesuítas davam lá apoio religioso.

Transcrevemos o Hino da Cruzada:

Hino da Cruzada

Solo

Nós somos a infância
De espírito ardente;
Gozamos da vida
A quadra inocente.
Mas fortes, audazes
Da Cruz ao valor,
Nós somos os Cruzados
De Nosso Senhor.


Grupo do Colégio de D. Bosco.

Coro

Solto ao vento o estandarte
Do Sagrado Coração
Pela Pátria, pela Infância,
Nossos braços lutarão.

Levamos ao peito
A Cruz redentora
Que lembra as façanhas
Da pátria de outrora.
Mais belos extremos
De heroísmo e valor
Farão os Cruzados
De Nosso Senhor.


Se os Jesuítas davam apoio ao colégio poveiro das Doroteias, também o deviam da ao seu congénere vila-condense.

A força vem do Alto,
Do Pão sacrossanto
Que os Anjos trespassa
De místico encanto.
É o Sangue fervente
No cálix do amor
Que alenta os Cruzados
De Nosso Senhor.


Uma fotografia vinda de mais longe, do Porto.

Quem não desafiara
O inferno e a morte?
A Cruz do Calvário
Broquel é do forte.
Maria nos segue
Com olhos de amor.
Avante, Cruzados
De Nosso Senhor!



Por fim, uma fotografia dum grupo de Viana aonde o Pe. Mariano Pinho foi intervir num congresso que lá decorreu.
Clique nas imagens para as ver em tamanho maior.

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