sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O Pe. Mariano Pinho professor do Colégio Nun’Álvares

Originalmente o endereço da Cruzada, a revistinha criada pelo Pe. Mariano Pinho, era o Largo das Dores, na Póvoa, mas a partir de Janeiro de 1932, embora a administração passasse para o largo de Santa Teresa, em Braga, “tudo quanto diga respeito à Redacção deve ser enviado ao R. P. Mariano Pinho, Colégio da Imaculada, Caminha”.
Porquê Caminha? A explicação descobre-se na história do Instituto Nun’Álvares ou Colégio das Caldinhas, que se pode ler aqui. Os republicamos espanhóis não autorizavam mais o Colégio em La Guardia e foi preciso transferi-lo à pressa e provisoriamente para Caminha e o Pe. Pinho terá sido chamado para ensinar no improvisado Colégio da Imaculada.
Uma notícia saída no jornal poveiro Idea Nova de 18 de Novembro de 1933 chama ao Pe. Pinho "ilustrado e sábio professor do Colégio de Nuno Álvares das Caldas da Saúde".
A cultura de esquerda que insistentemente nos transmitem naturalmente desculpa aos republicanos espanhóis todos os seus exageros. Mas não era assim no tempo, por cá.
Em 23 de Outubro de 1931, sob o título de "Maus ventos por Espanha”, A Voz do Crente, a que o Pe. Pinho estava ligado, descrevia assim o que por lá se passava:
Uma onda demolidora, soprada pelo demagogismo truculento e pela verrina sectária se entumece pavorosa na vizinha Espanha, com prenúncios de ser aumentada ainda mais a procela satânica que ali está desencadeada e que fatalmente há-se arrastar a abismos hiantes. 
Os elementos avançados, dos mesmos que em Portugal arrancaram os crucifixos dos cemitérios e mataram inocentes religiosos que, olhos fitos no amor de Deus e da Pátria, nos legaram as lições mais profícuas e os exemplos mais salutares, dos mesmos que em Portugal, corifeus do mal e apóstolos da mentira, obrigaram as crianças das escolas a empunharem uma bandeira diabólica e sinistra, com esta lúgubre, revolucionária e antipatriótica inscrição – sem Deus e sem Religião – dos mesmos que me Portugal atiraram para o exílio os cidadãos mais prestantes e operosos, dos mesmos que em Portugal laicizaram as escolas e destruíram a família e o vínculo do matrimónio e ameaçaram a propriedade, nunca orientados por altos princípios nem respeitando direitos legítimos … os elementos avançados da vizinha Espanha estão a dar ao mundo civilizado o espectáculo mais repugnante, que a história chumbará em suas férreas páginas com o ferrete da repulsa mais veemente.
As Ordens Religiosas – os beneméritos da Caridade e os cultores das Ciências e os apostos da Moral – podem considerar-se suprimidas, com confisco brutal dos seus bens – para muitas imediatamente e para outras gradualmente – o indiscutível direito das congregações religiosas no exercício do ensino, onde contam astros de primacial grandeza, está petulantemente negado; o ensino religioso nas escolas, a única forças que pode deter o indivíduo na ladeira precipitada que o atira para a prática do crime, está igualmente suprimido, para ficarem as belezas da escola laica e obrigatória… 
Em cima, notícia sobre o P.e Mariano Pinho como professor do Colégio das Caldinhas, em baixo, fotografia de 1931 onde figura o mesmo Pe. Pinho (no extremo esquerdo).  

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