quinta-feira, 27 de junho de 2013

Um centenário

Completa-se este ano o centenário da morte do reitor de Balasar que baptizou os pais da Beata Alexandrina, o padre poeta António Martins de Faria. Homem simples, desapegado dos bens de fortuna, sensível, piedoso, foi muito elogiado por altura do seu falecimento, que aconteceu na Póvoa. Era então abade de Beiriz.
Um poeta poveiro evocou-o então assim:
À morte do digníssimo e muito respeitável Abade de Beiriz

Passou na terra sorrindo
Qual meteoro que passeia
Num céu diáfano, lindo...
Preocupava-o a ideia
- «Celestes graças haurindo» -
De santamente ir servindo,
Num gesto de amor infindo,
O Mártir da Galileia.

Não fraquejou um momento
Na sua missão sagrada...
Nos seios do firmamento,
Nos sorrisos d'alvorada,
Ungiu-se, cobrou alento
E, no louvável intento
Dum alado pensamento,
Abalou para a jornada.

Lutou, altivo, sereno,
Sem desviar da estacada,
Nem recear o veneno
Da gente mal-humorada...
Dum coração sem empeno,
De trato afável, ameno,
Honrou sempre o Nazareno,
Foi uma alma ilustrada. 

Sem comentários:

Enviar um comentário