sexta-feira, 3 de maio de 2013

“Memórias para a história de um cisma” (1)


Quando a pequena Alexandrina fez o seu crisma, paroquiava Vila do Conde o cónego José AugustoFerreira, que foi um notável historiador. Devia então já andar a preparar o seu volumoso livro Memórias para a história de um cisma, que datou de “Villa do Conde, novembro de 1914-1915”.
A Universidade de Toronto digitalizou-o e pode ser consultado aqui. Tem muitos erros de cópia, mas dá uma ideia. Além disso, aos poucos, qualquer pessoa começa a perceber o que estava por trás da maior parte das palavras erradas.
É claro que é um livro muito importante para perceber os anos da revolução liberal, quando apareceu a Santa Cruz em Balasar.
Veja-se como principia a célebre “Carta de Sentença Cível de Património da Capela da Santa Cruz de Jesus Cristo colocada na freguesia de Santa Eulália de Balasar: 
O Dr. António Pires de Azevedo Loureiro, Desembargador-Provisor, e por ausência do Governador e Vigário Capitular, sede vacante, encarregado interinamente do governo temporal e espiritual deste Arcebispado Primaz, aos Meritíssimos e muito reverendos Senhores […]
O governo tinha colocado à frente da diocese o Dr. Manoel Pires de Azevedo Loureiro, irmão deste Dr. António Pires de Azevedo Loureiro. Transcreve-se agora uma citação do cónego José Augusto Ferreira, pág. 514: 
O dr. Manoel Pires de Azevedo Loureiro era, pois, um Vigário Capitular sem missão nem successão legitima, e sem eleição canónica, portanto um intruso e scismatico. […]
No principio do anno de 1836 o dr. Loureiro, que era deputado, partiu para Lisboa, a fim de occupar o seu logar na Camara, e por isso delegou o governo da diocese em seu irmão Dr. António Pires d' Azevedo Loureiro, que desempenhava o cargo de Provisor.

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