sábado, 9 de fevereiro de 2013

Manuel Gonçalves, um padre que mudou a história de Balasar

Não tem relação directa com a Beata Alexandrina, sabe-se pouco dele e nem foi exemplar, mas o padre Manuel Gonçalves mudou a história da freguesia onde a Beata havia de nascer e viver.
Até há pouco só se sabia que tinha sido o pai da fundadora da casa que um dia viria a ser de D. Benta, mas hoje sabe-se já um pouco mais.
Em 1542, quando mandou renovar o tombo paroquial, ele era abade de Balasar (S. Eulália e S. Salvador) e de Gondifelos (S. Félix e S. Marinha de Vicente). Mas não era por escassearem os sacerdotes… Ele residia em Vila do Conde, onde celebrou vários baptismos entre 1536 e 1545. Abade rico, tinha com certeza outros sacerdotes a cuidar do múnus paroquial.
Os tempos eram maus: em 1542, o arcebispo de Braga, D. Duarte, era filho bastardo do rei e tinha 22 anos… Daí a urgência do Concílio de Trento que em breve se iria reunir e onde um arcebispo santo, D. Fr. Bartolomeu dos Mártires, iria ter um papel cimeiro.
No tempo da origem das paróquias, os nobres dotavam as igrejas para que os seus párocos pudessem ter uma vida sem indigência. As propriedades que em S. Eulália de Balasar tinham esse destino eram bastantes, mas não muitas. Foi a partir delas que o abade Manuel Gonçalves criou a casa da Quinta de Balasar, o que nem deveria prejudicar os seus sucessores.
Entre os donos da Quinta de Balasar, um criou aquela rica capela barroca de Nossa Senhora da Lapa, outro foi vereador da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim quando se decidiu construir a actual Domus Municipalis e um outro, o Visconde de Azevedo, tem um lugar de relevo na cultura nacional.

Imagem - fachada principal da Capela de Nossa Senhora da Lapa, na Casa da Quinta de Balasar. É uma óptima construção barroca anterior às igrejas da Lapa de Vila do Conde e da Póvoa de Varzim.

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