quarta-feira, 4 de julho de 2012

Faz agora 100 anos… (2)


A Póvoa republicana

A Deolinda e a mãe deviam saber horrores da Póvoa recente e à pequena Alexandrina não seriam de todo estranhos.
Lá na sua Balasar, a República não deve ter feito grandes estragos: duas pessoas influentes, o abade Manuel Fernandes de Sousa Campos e o ex-vereador Manuel Joaquim de Almeida, que com ele colaborava, terão conseguido amainar os ímpetos de algum republicano mais fanático.
Mas não fora assim na Póvoa: um grupo de autoproclamados intelectuais liberais, de pouca elevação moral, agarrou a República com grande radicalismo.
Os membros das ordens religiosas - Jesuítas, Doroteias e Irmãs de Caridade - no dia 11 de Outubro já todos tinham fugido ou abandonado a vila.
Havia então uns seis semanários poveiros, mas naturalmente as vozes que mais gritavam eram as dos que defendiam a República com todas as suas enormidades; os mais sensatos estavam sob a mira dos radicais.
O primeiro administrador republicano do concelho foi um duro, sem tacto político, substituído em finais de Março de 1911 pelo extremista Sebastião dos Santos.
Além da guerra contra a Igreja que vinha de Lisboa, as investidas locais eram bem graves.
Foi uma Póvoa desassossegada, revolta a que recebeu a pequena Alexandrina.
Sobre os primeiros tempos republicanos na Póvoa de Varzim, vejam-se estas nossas duas páginas:
Vítimas da República II.

Na imagem, retrato do Prior poveiro: aceitou a República foi o mais decidido na denúncia dos seus extremismos.

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