sábado, 11 de fevereiro de 2012

O que Balasar deve ao P.e Francisco


O P.e Francisco Dias de Azevedo veio para Balasar um ano após a morte da Beata Alexandrina, em 1956, sucedendo ao P.e Leopoldino, e manteve-se aí como pároco até 2004, num total de 48 anos.
Já desde o tempo do P.e Leopoldino se pensava ainda que de modo vago na beatificação e canonização, mas caberia ao novo responsável pela paróquia dar corpo ao processo que a concretizaria. Ele acompanhou-lhe os momentos-chave, inclusive o da beatificação.

O Boletim de Graças

Em 1957, o Dr. Dias de Azevedo (que não era familiar do pároco de Balasar apesar da igualdade dos apelidos) criou o Boletim de Graças, sendo então o seu único autor. Ao tempo do Processo Informativo Diocesano (1968-1973) e anos seguintes atingiu o seu ponto mais alto: o P.e Humberto e o P.e Gabriel Bosco colaboravam frequentemente e havia outros colaboradores. Na década de oitenta, descaiu e foi suspenso pelo P.e Francisco, quando editava mais de 30.000 exemplares mensais. Veja-se esta nota saída que fez sair na edição do número duplo 41/42, segunda série, de Abril de 1982:
Há mais de um ano que este Boletim de Graças não saiu.
Embora razões económicas, como o aumento em flecha do seu custo e portes do correio, dificultem a sua expansão como Boletim gratuito, a verdade é que a sua não publicação foi ocasionada no facto de ter ficado só, sem outro sacerdote colaborador e com todo o leque de actividades da paróquia concreta de Balasar, hoje, e quase sem tempo para corresponder a muitas das exigências que o Movimento da Causa da Alexandrina pressupõe, entre as quais figura a publicação do Boletim de Graças.
Aumentam os trabalhos, diminuem os Sacerdotes, quem fica fica mais velho e cada vez com menos forças.
Mas, Deus louvado, faremos o que pudermos.

O Processo Informativo Diocesano

Entre 1968 e 1973, decorreu em Braga o Processo Informativo Diocesano da Alexandrina. Os salesianos, em particular o P.e Humberto e P.e Calovi, foram chamados para as tarefas mais decisivas. Mas foi uma actividade demorada, muito participada e dispendiosa, a que o P.e Francisco não pôde estar alheio.

A trasladação dos restos mortais da Beata Alexandrina e as obras na Igreja

No Boletim nº 35/36, segunda série, de Dezembro de 1978, lê-se, sobre a trasladação dos restos mortais da Beata Alexandrina do cemitério para a Igreja Paroquial:

Trasladação da Serva de Deus Alexandrina de Balasar
No dia 18 de Julho de 1978 foi trasladado, da sua Capela-Jazigo para a Igreja Paroquial de Balasar, o corpo da Serva de Deus Alexandrina Maria da Costa.
Estiveram presentes ao encerrar da trasladação o Senhor Arcebispo de Braga, D. Eurico Nogueira, o seu secretário, Dr. Fernando Carvalho Rodrigues, que com o Senhor Arcebispo Resignatário de Luanda, D. Manuel Nunes Gabriel, concelebraram, pedindo ao Senhor que apresse a hora da Beatificação da Sua Serva.
Também estiveram presentes o Senhor Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Senhor José de Azevedo, as autoridades locais – Junta e Assembleia de Freguesia – e quantos tiveram conhecimento da trasladação, que foi programada sem publicidade.
Esta trasladação tinha sido autorizada pelos Senhores Ministros da Justiça e Interior, conforme nos foi comunicado em 28 de Julho de 1977, pelo Ministério da Justiça.
O Pároco de Balasar.

A trasladação, que retirava os restos mortais da alçada da Junta de Freguesia para a da Paróquia e da Igreja, era de grande importância.
Promoveu obras na Igreja Paroquial em 1978 e a colocação dos vitrais, bem como a construção da Residência Paroquial.

O Decreto das Virtudes Heróicas
O Decreto das Virtudes Heróicas da Beata Alexandrina data de Roma, 12 de Janeiro de 1996. Era um passo fundamental na caminhada para a beatificação e canonização; é para ele que aponta o Processo Informativo Diocesano.
Após a sua publicação, bastava que surgisse o milagre para se concluir a
A Beatificação

A beatificação da Alexandrina ocorreu no dia 25 de Abril de 2004 e foi precedida por uma adequada preparação, para a qual foi constituído um secretariado. Na cerimónia, presidida por João Paulo II, com a Alexandrina foram beatificados mais seis veneráveis.
Em Balasar os acessos entupiram por completo: só autocarros, calcula-se que fossem lá para 700. A Roma, foram mais de 1000 pessoas.
O P.e Francisco foi também à cerimónia de Roma.
Alguns meses após a beatificação, como então já contava 77 anos, foi substituído pelo P.e José Granja na direcção da paróquia de Balasar, dedicando-se depois à colaboração com o novo pároco.
Em tempos o P.e Francisco Dias de Azevedo foi radioamador e coleccionador.

Imagens de cima para baixo:
1.      Primeira página do primeiro número do Boletim de Graças.
2.      Nota do P.e Francisco publicada no Boletim.
3.      O P.e Francisco intervém na sessão de encerramento do Processo Informativo Diocesano.
4.      Fragmento da primeira página d’O Notícias da Póvoa de Varzim, de 16/10/1996, que informa sobre a apresentação pública em Balasar do Decreto das Virtudes Heróicas da Alexandrina.
5.      Capa do Póvoa Semanário a noticiar a Beatificação.
6.      O P.e Francisco na Praça de S. Pedro com um grupo de peregrinos no dia da Beatificação. À sua esquerda, está D. Madalena, a miraculada.

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