terça-feira, 16 de agosto de 2011

Uma página do Boletim de Graças


O Dr. Azevedo, no nº 8 do Boletim de Graças (Março de 1058), aborda a questão da veracidade dos factos extraordinários que aconteceram com a Alexandrina e a esse propósito lembra Lurdes e singulares casos lá ocorridos. Escreve ele:

Ao serem constatadas várias curas em Lurdes, o romancista ateu Emílio Zola convidava os Mestres da Medicina a saírem da sua indiferença e do seu mutismo, gritando-lhes, querendo abafar a verdade: “se os factos são verdadeiros, estudai-os; se são falsos, desmascarai-os” (Moraldi, A Ciência Moderna e os Milagres). E um dos então incrédulos, Alexis Carrel – pouco depois Prémio Nobel da Medicina – ao verificar, admiradíssimo, a cura de Maria Bailly, rendendo-se à evidência, disse que “não podia duvidar. Estamos em presença dum milagre” (Alexis Carrel, Milagres de Lourdes). Pouco antes, tinha afirmado: “se aquela rapariga (Maria Bailly, que estava já moribunda devido a uma peritonite tuberculosa) se cura, seria evidentemente um milagre. Acreditarei em tudo, e faço-me frade”. Não se fez frade, mas converteu-se ao Catolicismo, vindo a ser uma das maiores glórias da Ciência.
Ao ver o registo das curas de Lurdes, dizia o Santo Padre Pio X ao Dr. Boissarie: “o Secretariado das verificações médicas vale uma Basílica”. E o grande Pio XI também afirmou ao Dr. Vallet, em Dezembro de 1933: “Os médicos necessitam muito da Virgem santíssima, mas a Virgem Santíssima necessita também dos médicos, para que se reconheçam os seus milagres” (Dr. Henri Bom, Compêndio da Medicina Católica).
É certo que nos fenómenos médico-religiosos pertence à Igreja Hierárquica pronunciar a última palavra, mas também é verdade que a mesma Igreja quer saber qual o parecer dos médicos na classificação dos fenómenos biológicos extraordinários que têm relação com a vida religiosa dos seus filhos. Na verdade, a Medicina recebeu, como disse o Dr. Henri Bon, “o magnífico privilégio de ser a Ciência que com mais frequência é chamada a ser testemunha de Deus”.
No caso de Balasar, ao considerarmos os fenómenos ou os factos de que era protagonista a Alexandrina, sentiríamos o desejo de dizer aos seus contraditores, se os houvesse: se os factos são verdadeiros, estudai-os; se são falsos, desmascarai-os, se podeis, mas não os difameis sem estudo e de opinião antecipada, porque será grande a vossa responsabilidade e grande o ridículo em que caireis.

O Emílio Zola, de que começa por falar a citação, é um dos inspiradores de Eça de Queirós, mesmo d’O Crime do Padre Amaro. Esse romance foi escrito em obediência “a uma espécie de instinto”. Para se avaliar esse instinto (esse mau instinto), veja-se aqui.

Sem comentários:

Enviar um comentário