terça-feira, 26 de julho de 2011

A Guerra Civil espanhola e a Beata Alexandrina


Em 7/12/1936, o P.e Leopoldino enviou para o Idea Nova um noticiário que saiu no dia 12 e que começava assim:

Há dias, veio uma comissão de nacionalistas dessa vila (Póvoa de Varzim) angariar nesta freguesia donativos para os nacionalistas espanhóis. A fim de facilitar o serviço, dividiram-se em três zonas, indo para a primeira os Srs. Administrador do Concelho, José do Nascimento Tavares, Adelino Gonçalves Ferreira e José da Silva Oliveira; para a segunda, o nosso Rev. Abade, Junta de Freguesia, ajudante do posto do Registo Civil e Cândido Faria Pinheiro; e para a terceira Presidente da União Nacional da freguesia, Regedor António Santos, António Leite Dourado, José Amorim Sampaio e Manuel Fernandes Lopes.
Todos foram bem recebidos pelo povo que ofereceu mais de cem escudos em dinheiro, algumas garrafas de aguardente, bacalhau e algumas dezenas de alqueires de milho e e batata.
As más condições económicas desta freguesia impediram que fossem mais avultadas as esmolas, porque este povo é generoso.

A Guerra Civil espanhola é mencionada pelo menos duas vezes em palavras de Jesus à Alexandrina. Veja-se em No Calvário de Balasar:

“De 26 a 30 de Agosto de 1936, o director prega em Balasar um tríduo e teve então oportunidade de atender a doente com mais vagar. Num desses dias, Nosso Senhor interrompeu o longo silêncio de mais de quatro meses e vem confortá-la:

Mi­nha filha, com estes teus sofrimentos tens-me salvado muitas almas. Ora pela minha querida Espanha (grassava então na Espanha a guerra civil comunista). Vês o castigo de que Eu tantas vezes te falei? Estender-se-á a todo o mundo, se não se faz penitência e se não se convertem os pecadores”.

E mais adiante:

“Passados uns doze dias, tornava Nosso Senhor a dizer-lhe, referindo-se à revolução comunista em Espanha:

Este flagelo é um castigo; é a ira de Deus. Eu castigo para os chamar; a todos quero salvar. Morri por todos. Eu não quero ser ofendido e sou-o tão horrorosamente na Espanha e em todo o mundo. Corre tanto perigo de se espalharem estas barbaridades!”

A gente podia-se perguntar legitimamente o que é que a Alexandrina saberia da guerra em Espanha, pois ainda não havia rádios na freguesia. Mas de facto os jornais da Póvoa noticiavam-na e o tema devia ser da conversa comum.

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