quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Sobre a Sentença da Santa Cruz


O estudo dos párocos de Balasar permite ver mais claro alguns aspectos do importante documento que é a «Carta de Sentença Cível de Património da Capela da Santa Cruz de Jesus Cristo colocada na freguesia de Santa Eulália de Balasar», que começa a ser preparada em 1832, pouco depois do desembarque do Mindelo, e que só é concluída em 1834, após os Liberais se assenhorearem do poder.
O reitor António José de Azevedo, talvez por morte, deixa de paroquiar na segunda metade de 1832. Seguiu-se então um período em que o serviço era assegurado ou pelo cura ou por um sacerdote encomendado. Em 1833, é colocado como reitor o P.e Manuel José Gonçalves da Silva, que quase não chega a tomar conta do cargo e é expulso no ano seguinte, para só regressar em 1841. Durante esses anos esteve encarregue do serviço paroquial o P.e Domingos José de Abreu, encomendado que para ali viera antes da chegada do reitor expulso.
O reitor António José de Azevedo assina um decisivo documento da Sentença, datado de 6 de Agosto de 1832, e o P.e Domingos José de Abreu assina outro, de 1834.
Mas o que entretanto se passou na direcção da arquidiocese também merece atenção. Entre 1827 e 1843, Braga esteve sem arcebispo (sede vacante) e por isso era governada por um vigário capitular. Ora os Liberais colocaram lá um vigário ilegal, atropelando o direito canónico, à margem da obediência a Roma. Nesta conformidade, as primeiras diligências feitas em ordem à Sentença decorreram dentro da mais estrita legalidade, já as finais não.

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